Há muitos anos, numa aldeia do Japão, vivia uma família constituída por um marido, uma mulher e uma filha. Eles viviam felizes numa casa com um jardim, duas varandas, esteiras no chão e biombos a dividir os quartos.
O marido era negociante de chá e por isso teve de ir a Kioto. Demorou vários meses mas quando chegou trouxe presentes, um deles muito especial que ofereceu à sua mulher. Era um espelho, objeto nunca visto naquela aldeia, nem a mulher conhecia. Ao ver a sua beleza refletida, a mulher, tornou-se vaidosa, orgulhosa e fútil. Decidiu, então esconder o espelho pelo mal que este lhe estava a provocar.
Os anos foram passando e a mulher adoeceu. Antes de morrer ofereceu o espelho à sua filha já com quinze anos. Avisou-a que, para aquele objeto, poderia sorrir e conversar com ela sempre que quisesse porque ali estava o seu retrato vivo refletido.
Após a morte da mulher, todos os dias, depois da hora do recolhimento, a menina sorria, falava e via a sua mãe. Ou seja, via-se a si e às parecenças que tinha com ela.
O pai, ao saber disto, ficou contente pelo amor, obediência e piedade filial entre uma mãe e uma filha.
Texto e ilustrações dos alunos da EB1 de Varzielas
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